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COPA DE 50 – QUEIXADA & ZARRA

  • Lui Fagundes
  • 30 de mai. de 2018
  • 3 min de leitura

O PRIMEIRO FOI DO QUEIXADA

O primeiro gol marcado na Copa de 50 aconteceu no jogo inaugural entre Brasil e México, no dia 24 de junho. ADEMIR MARQUES DE MENEZES, o “Queixada” (que viria a ser o artilheiro da Copa com oito gols em seis jogos), estufou as redes do Maracanã aos 30’ do 1º tempo. Ele voltou a marcar no mesmo jogo, aos 79’, fechando a goleada de 4x0 em cima de El Tri – anotou também nas vitórias contra a Iugoslávia e Espanha (um em cada jogo) e fez quatro, nos 7x1 que a seleção enfiou na Suécia, no quadrangular final. Infelizmente passou em branco na decisão contra o Uruguai.


O pernambucano Ademir tinha 27 anos e jogava no Vasco da Gama quando foi convocado pelo técnico Flávio Costa (também treinador do Vasco) para a Copa de 50. O “Queixada” se despediu da seleção na Copa América realizada em Lima no Peru, em 1953. Seu último jogo foi justamente contra o Uruguai (na 2ª rodada do torneio), com vitória desta vez, 1x0. E o último gol pelo Brasil aconteceu no jogo anterior, quando marcou o primeiro na vitória de 2x0 sobre o Equador. Encerrou a carreira em 1957 no Sport Recife, clube que o revelou. Ademir morreu no Rio de Janeiro em 1996, aos 73 anos.


Por marcar o primeiro gol da Copa de 50, Ademir entrou para O Mundo da Copa do Mundo.

ADEMIR Marques DE MENEZES

08/11/1922, Recife - 11/05/1996, Rio de Janeiro

Copa: 1950 (Vasco da Gama)

Primeiro e último clube: Sport Recife

E O ÚLTIMO NÃO FOI DE GHIGGIA

O último gol marcado na Copa de 50, ao contrário do que pensa muita gente, não foi o do uruguaio Ghiggia, no 2x1 que decretou o “maracanazo”, na final que não existiu. A Copa do Brasil foi a única que não teve final. Sempre se ouve falar que o Brasil perdeu a final de 50 para o Uruguai. Na verdade, o Brasil não perdeu nenhuma final em 50. Perdeu sim, o jogo decisivo da Copa (nem sempre o jogo decisivo é uma final!). Anos antes, em 1946, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos) enviara à Fifa uma proposta de mudança no regulamento do torneio, em que um minitorneio final em pontos corridos substituiria os jogos de mata-mata. Esta proposta foi aprovada em Londres, dois anos depois, no Congresso da Fifa, apesar do protesto de vários países. E este novo regulamento fez com que a Copa de 50 fosse decidida em um quadrangular (Brasil, Espanha, Suécia e Uruguai – os vencedores de cada um dos quatro grupos da primeira fase). Na rodada final apenas Brasil (com pontos pontos) e Uruguai (com três pontos) poderiam chegar ao título. A Espanha tinha um ponto e a Suécia estava zerada depois de duas derrotas. Mas a tabela previa os últimos dois jogos nas mesmas datas e horários. Por isso, enquanto Brasil e Uruguai decidiam a Copa no Maracanã, Espanha e Suécia jogavam no Pacaembu. Quando Ghiggia, aos 34’ do 2º tempo, decretou o inferno vitalício de Barbosa, o jogo do Pacaembu marcava Suécia 2x0. Depois disso, Palmer ainda fez 3x0 para a Suécia, aos 35’, e, para passar a régua, o espanhol ZARRA descontou para a Espanha, aos 37’, marcando o último gol da Copa.


Zarra (Telmo Zarraonandia Montoya, nascido no país basco em 1921) jogou 20 vezes pela seleção espanhola entre 1945 e 1951 e marcou 20 gols (média de um gol por jogo). Sua carreira foi praticamente toda no Athletic Bilbao, onde marcou 251 gols em 277 jogos. Na Copa do Brasil sua média caiu um pouco: foram quatro gols em seis jogos. Zarra encerrou a carreira aos 36 anos, jogando de graça no clube basco Barakaldo, hoje na 2ª divisão B (o equivalente a 3ª divisão) do futebol da Espanha, e faleceu em Bilbao, em 2006, aos 85 anos.


Desde 2006, o Troféu Zarra premia o artilheiro do campeonato espanhol. Por marcar o último gol da Copa de 50 (graças ao esdrúxulo regulamento tupiniquim, que não mais se repetiu em nenhuma Copa), Zarra entrou para O Mundo da Copa do Mundo.

ZARRA – Telmo Zarraonandia Montoya

20/01/1921, Erandio, Espanha - 23/02/2006, Bilbao, Espanha

Copa: 1950 (Athletic Bilbao)

Primeiro e último clubes: Erandio e Barakaldo

COPYRIGHT © 2018 LUI FAGUNDES (estes textos são parte do capítulo “O primeiro e o último” do livro O MUNDO DA COPA DO MUNDO, em produção).

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