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  • Lui Fagundes

O PRIMEIRO A MANDAR ALGUÉM MAIS CEDO PARA O CHUVEIRO


O chileno ALBERTO WARNKEN foi o primeiro árbitro a expulsar um jogador em Copas do Mundo. Mandou mais cedo para o banho o peruano Plácido Galindo (fontes como o livro “World Football Records 2010”, do jornalista inglês Keir Radnedge, e o jornal peruano El Comercio afirmam que o primeiro jogador expulso em Copas do Mundo foi o peruano Mario de Las Casas. Em matéria de 11 de maio de 2010, o jornalista Pedro Canelo, de El Comercio, escreve que o primeiro jogador peruano a marcar em Copas, Luis de Sousa, afirmou, antes de falecer em 2008, que foi de las Casas o jogador expulso por Warnken no jogo entre Peru e Romênia, e não Galindo), aos 25’ do 2º tempo no jogo entre Peru e Romênia. Naquela altura, os peruanos perdiam por 1x0 (gol de Desu). Cinco minutos depois da expulsão de Galindo, Luis Souza empatou, mas com um a menos em campo o Peru não resistiu ao melhor futebol romeno, e levou mais dois gols (Stanciu e Kovacs).


O detalhe curioso é que a arbitragem da Copa de 30 era mais amadora do que hoje ainda é em muitos países (inclusive no Brasil), porque os árbitros também atuavam como auxiliares, alternando o apito e a bandeira de um jogo para outro – uma coisa que se repetiu nas Copas de 34 e 38. No Uruguai, Warnken bandeirou quatro jogos (EUA 3x0 Bélgica, Iugoslávia 4x0 Bolívia, Uruguai 4x0 Romênia e Argentina 6x1 EUA) e apitou apenas um, e foi justo por esta única arbitragem que entrou para O Mundo da Copa do Mundo por ter expulsado Galindo.


O lance foi visto por pouco mais de 2.500 torcedores no estádio Pocitos (o mesmo onde Lucien Laurent marcou o primeiro gol da história das Copas). Naquele tempo ainda não existiam os cartões vermelho e amarelo (criados apenas para a Copa de 70 por sugestão do árbitro inglês Ken Aston) e a expulsão de Galindo foi no gogó mesmo. Warnken recebeu muitas críticas de j0rnais peruanos pela rigidez com Galindo quando já tinha ignorado lances semelhantes patrocinados pelos romenos.


Quando não estava apitando, Warnken era quase um integrante da comitiva chilena na Copa de 30. Junto com a delegação de seu país participou de uma recepção oferecida pelo presidente do Uruguai, Juan Campisteguy, pouco antes do início da Copa aos selecionados participantes. Na vitória do Chile sobre o México por 3x0, vibrou junto com o presidente da federação chilena, Abraham Ortega, o embaixador do Chile no Uruguai, Orrego Luco, e mais um punhado de chilenos. No jogo entre Argentina e Chile (vitória de 3x1 para los hermanos), o atacante chileno Guillermo “Chato” Subiabre nocauteou o argentino Luis “Doble Ancho” Monti, depois de levar um pontapé deste, e nas palavras de Warnken a atitude de Subiabre era plenamente justificada em função do que havia feito Monti. Eram outros tempos, tanto no futebol quanto na arbitragem.


Warnken nasceu em Santiago em 1889 e morreu na mesma cidade, em 1944, aos 55 anos.

COPYRIGHT © 2018 LUI FAGUNDES (este texto é parte do capítulo “No apito” do livro O MUNDO DA COPA DO MUNDO, em produção).

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