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  • Lui Fagundes

O 7x1 DE ITÁLIA E ESTADOS UNIDOS


7x1 não é o placar mais dilatado de uma Copa, afinal a Hungria fez (e não fez mais nada depois…) 10x1 em El Salvador, na Copa da Espanha; a Iugoslávia, de Oblak e Bajevic enfiou 9x0 no Zaire, na Copa de 74 (o mesmo Zaire no qual o Brasil conseguiu fazer 3x0 no limite para passar da primeira fase de grupos naquela Copa); a grande Hungria de Puskás, Czibor e Kocsis atropelou a Coreia do Sul, na Copa da Suíça pelos mesmos 9x0; e ainda tem Alemanha 8x0 Arábia Saudita (2002), Uruguai 8x0 Bolívia (1950), Suécia 8x0 Cuba (1938), Hungria 8x3 Alemanha (1954), Portugal 7x0 Coreia do Norte (2010), Polônia 7x0 Haiti (1974), Turquia 7x0 Coreia do Sul (1954), Uruguai 7x0 Escócia (1954), mas depois da semifinal da Copa de 2014, quando nossos olhos incrédulos viram e nossos ouvidos (não menos incrédulos) ouviram “gol da Alemanha” uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete vezes…, isso tudo “às vésperas” de uma final que “redimiria” nosso escrete canarinho do “Maracanaço” de 1950, este se tornou o placar mais simbólico de todos os tempos quando o assunto é Copa do Mundo. O dia 8 de julho de 2014 marcou o nosso “Mineiraço” e elevou o 7x1 a “o” placar – todos os outros são apenas placares. O fato de o Brasil ser a única grande seleção a jogar duas Copas em casa e não ganhar nenhuma amplifica ainda mais os números 7 e 1 separados por um “xizinho”. E não custa nada lembrar que só estamos hoje falando de 7x1 porque Oscar fez o gol solitário do Brasil no apagar das luzes; senão estaríamos falando sobre o simbólico placar de 7x0…


Em toda a história das Copas o placar de 7x1 repetiu-se três vezes (não podemos dizer que repetiu-se “apenas” três vezes, porque 7x1 também não é para todos os dias). Vamos contar um pouco da história destes três jogos. Uma curiosidade: todos envolveram o “dono da casa”. Em 1934, a Itália enfileirou 7x1 na seleção estadunidense numa primeira rodada já eliminatória de oitavas de final; o Brasil, em 1950, fez 7x1 na Suécia, no quadrangular decisivo da única Copa que não teve final; e, novamente, o Brasil, agora em 2014, sediando pela segunda vez a Copa, desmoronou diante da Alemanha, naquele 8 de julho, que não deve (jamais) ser esquecido.


A COPA DE MUSSOLINI

Em maio de 1932 a Itália garantia a indicação como sede da Copa do Mundo de 1934, no 21º Congresso da Fifa, realizado em Estocolmo, na Suécia. Curiosamente, o congresso acontecia na capital do único concorrente italiano para sediar o evento, e que poucos dias antes havia – misteriosamente – desistido da disputa (como prêmio de consolação, o sueco Ivan Eklind apitaria a final da Copa entre Itália e Tchecoslováquia). A França, outra concorrente, tinha saído da briga mais cedo, talvez pela promessa de sediar a Copa de 38. A Itália, que já havia sido candidata a sediar a Copa de 30, era a bola da vez.


Mas a Copa da Itália teria outros ingredientes, além do futebol. O ditador fascista Benito Mussolini já havia percebido que o futebol poderia ser um importante instrumento para promover o espírito de unidade nacional. E sediar uma Copa do Mundo seria uma grande chance de mostrar ao resto do planeta como o regime fascista estava criando uma nova Itália. Por isso o governo do “Duce” já vinha investindo na modernização de estádios e locais de treinamento. A estrutura esportiva do país no período pré-Copa só perdia para a da Inglaterra. Mas Mussolini sabia que não bastava sediar uma Copa do Mundo para exaltar o nacionalismo. Era preciso ganhar a Copa, mostrar o poderio italiano a todas as nações. Para isso, além de não poupar dinheiro, Mussolini modificou leis que facilitariam a naturalização de jogadores com ascendência italiana (os oriundi) nascidos em outros países. Olheiros designados pela federação italiana de futebol observaram vários desses jogadores de outros países após a Copa do Uruguai, principalmente os argentinos. Graças a essas leis sancionadas por Mussolini, a Itália contou em 1934 com jogadores que já haviam disputado uma Copa pela Argentina (na época não havia proibição da Fifa quanto a isso), como é o caso de Luis Monti e Attilio Demaría. Também contou com outros argentinos como Raimundo Orsi e Enrique Guaita, e com o brasileiro Amphilóquio (Anfilogino para os italianos) Guarisi, o Filó, todos convocados pelo estrategista Vittorio Pozzo (o único técnico bicampeão do mundo), que ainda se deu o luxo de descartar o atacante Renato Cesarini, italiano, que foi criado na Argentina e defendera a albiceleste em 1926, antes de vestir a camisa da azzurra em 11 jogos entre 1931 e 1934.


A AZZURRA DOS ORIUNDI

Vittorio Pozzo foi muito criticado pela convocação dos oriundi para a disputa da Copa na Itália. Com o argumento de que se estes mesmos oriundi poderiam ser convocados para o exército italiano em caso de uma guerra, não havia nada que proibisse convocá-los para defender a azzurra, Pozzo ignorou as críticas, e se deu bem.


O volante Luisito Monti, vice-campeão da Copa de 30 pela Argentina foi titular nos cinco jogos da Itália em 1934; seu companheiro na albiceleste, Attilio Demaría, jogou apenas um jogo, mas importante: a vitória de 1x0 no jogo desempate contra a Espanha, pelas quartas de final; Raimundo Orsi, que não jogou a Copa de 30, mas ganhou a Copa América de 1927 e foi medalha de prata na Olímpiada de 1928 com as cores da Argentina, já jogava pela Itália desde 1931; Enrique Guaita estreara pela Argentina em 1933 e voltaria a jogar na albiceleste em 1937; e também Amphilóquio Guarisi, o nosso Filó, que jogou pela seleção brasileira em 1925, marcando dois gols, e só não foi para a Copa de 30 por causa da briga entre cariocas e paulistas que acabou deixando também Friedenreich e Feitiço, entre outros, fora da disputa no Uruguai. É claro que os oriundi não ganharam a Copa sozinhos, tiveram uma “pequena ajuda” dos craques Giuseppe Meazza e Angelo Schiavio.


UM "CATADO" DE ÚLTIMA HORA

Depois de um surpreendente terceiro lugar na Copa de 30, a dificuldade para formar uma nova seleção estadunidense para a Copa seguinte foi enorme. Os efeitos da Grande Depressão que se seguiu à crise econômica de 1929 não afetaram a formação da seleção em 1930, que contou com uma base já formada de jogadores pela American Football League (ASL) ainda na década de 1920, mas atingiram em cheio essa mesma liga nos primeiros anos da década de 1930 quando o apoio financeiro desapareceu. A ASL voltou a ser uma liga semiprofissional. Além disso, no período entre as duas Copas não houve nenhuma competição internacional que possibilitasse a participação (e convocação) de um selecionado ianque. Para completar, uma queda de braço entre a Fifa e o Comitê Olímpico sobre profissionalismo/amadorismo tirou o futebol dos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1932. Ou seja, praticamente quatro anos de inatividade para a seleção.

Aos 89’ do 2º tempo, David Gould, um imigrante escocês, já estabelecido nos Estados Unidos desde a década de 1890, e que atuou como jogador e técnico, foi escolhido pela United States Football Association (USFA) para selecionar uma equipe para a Copa de 34. A escolha baseou-se em três “jogos de observação”, onde alguns jogadores previamente escolhidos por Gould enfrentaram seleções de ligas da Pensilvânia e de Nova Jersey (detalhe: estes jogos aconteceram dias antes do embarque para a Itália). Quatro atletas que estiveram no Uruguai em 1930 – Jimmy Gallagher, Thomas Florie, George Moorehouse e Billy Gonsalves (descendente de portugueses e sem cedilha no sobrenome!) –, foram chamados por conta da experiência anterior. Eram todos profissionais ou semiprofissionais. Aldo “Buff” Donelli era o único amador entre eles. Esse “catado” de última hora teve problemas semelhantes aos das escolhas dos jogadores da seleção brasileira para as Copas de 30 e 34. A liga de Nova Jersey, por exemplo, não quis botar dinheiro no pote que financiou a campanha de 1934 e não teve nenhum jogador selecionado.


A ÚNICA DONA DE CASA SEM CONVITE

Em função do elevado número de países interessados em participar da Copa, a segunda edição do torneio precisou de uma etapa eliminatória para definir os 16 participantes da competição. Nem mesmo a dona da casa escapou desta fase. Pegou adversários teoricamente mais fracos (Grécia e Turquia) e foi favorecida pela desistência prévia da Turquia. O primeiro jogo contra a Grécia aconteceu no San Ciro, em Milão, no dia 25 de março. Goleada da azzurra: 4x0, com gols de Filó (seu único gol com a camisa italiana), Meazza (2) e Ferrari. Com a sapatada que levou, a Grécia desistiu do segundo jogo, que faria em casa, e a Itália estava – definitivamente – na Copa. Outro oriundo nascido no Brasil esteve neste jogo, Otávio Fantoni, o Nininho, conhecido na Itália como Fantoni II, onde jogava na Lazio, junto com os primos Ninão (Fantoni I) e Niginho (Fantoni III). Nininho foi cortado por Pozzo após este jogo eliminatório e ficou fora da Copa.


O ÚNICO JOGO PRÉ-COPA DA HISTÓRIA

A Grande Depressão que atingiu a economia dos Estados Unidos no final da década de 1920 e nos primeiros anos da década de 1930 e que afastou os investimentos no futebol – que já tinha uma liga profissional, além de outras semiprofissionais e amadoras –, fez com que a United States Football Association (USFA) desistisse, em 1933, de disputar uma vaga para a Copa da Itália com México, Cuba e Haiti. A disputa teve duas fases: na primeira, em três (sabe-se lá por quais critérios) jogos, todos eles na capital haitiana, Cuba eliminou os donos da casa com duas vitórias e um empate. A fase seguinte reuniu México e Cuba: foram (também) três jogos na Cidade do México, com três vitórias de El Tri, agora sob o comando do “Capitão Récord”, Rafael Garza, o capitão mexicano da seleção que esteve no Uruguai quatro anos antes. E ponto-final. O México estava classificado para sua segunda Copa do Mundo. Até que… pouco antes da partida para a Itália, a federação mexicana foi informada que os Estados Unidos haviam comunicado à Fifa sua intenção de (voltar a) participar da Copa. Apesar de estar em crise, os Estados Unidos eram um país potencialmente poderoso (não é de hoje que a Fifa só pensa em dinheiro), e a “solução” encontrada foi informar ao México que sua seleção teria de disputar a vaga (que já era sua por direito) com os estadunidenses. Como o tempo urgia, foi marcado um jogo único, para três dias antes da abertura do torneio, tendo como local a cidade de Roma. Ou seja, um dos dois iria para o país da Copa, mas voltaria sem jogar a Copa.


No Estádio Nacional do Partido Fascista, em Roma, com a presença de Mussolini, Alonso abriu o placar para o México aos 23’ de jogo. A partir daí começou a brilhar a estrela de “Buff” Donelli. Ele empatou aos 28’, depois de lançamento longo do zagueiro Czerkiewicz e virou aos 32’, ao receber passe de McLean. Aos 14’ do 2º tempo a vaca mexicana começou a ir para o brejo, quando Lorenzo Camarena foi expulso ao agarrar Donelli, que disparava livre para fezer o terceiro. Com a vantagem de um homem, os EUA tomaram conta da partida e pressionaram os mexicanos em busca do terceiro gol. Aos 29’, Nilsen deixou Donelli na cara do gol: 3x1. No minuto seguinte o atacante Dionisio Mejía, que esteve na Copa de 30, descontou e renovou as esperanças de El Tri. Foi a vez do México, mesmo em inferioridade numérica pressionar em busca do empate, mas numa escapada aos 42’, Donelli recebeu a bola de Florie e marcou o seu quarto gol, decretando a vitória ianque por 4x2. E Donelli quase ficou fora da partida. Somente entrou em campo porque Gonsalves (remanescente da Copa de 30) exigiu do técnico a sua presença no gramado: se Donelli não jogasse, ele, Gonsalves, também não jogaria. Os Estados Unidos estavam em sua segunda Copa. O México (anteriormente classificado) voltava para casa.


MEAZZA, A ESTRELA ITALIANA

O mais famoso atacante italiano das décadas de 1930 e 1940 atuou a maior parte da carreira pela Internazionale de Milão. Foram dois períodos, entre 1927 e 1940 e na temporada 1946-47, quando pendurou as chuteiras depois de ter jogado a temporada anterior na Atalanta. Giuseppe Meazza foi um dos poucos comandados de Vittorio Pozzo a participar da conquista de dois títulos seguidos de Copa do Mundo (os outros foram o goleiro Guido Masetti – um dos Super-reservas do Mundo da Copa do Mundo, o defensor Eraldo Monzeglio e o meio-campista Giovanni Ferrari). Ao todo foram 53 partidas com a camisa da azzurra e 33 gols marcados.


Quando foi selecionado para as categorias de base da Inter, em 1924, aos 14 anos, Meazza, que perdeu o pai na 1ª Guerra Mundial, era vendedor de frutas no mercado de Milão. Na primeira edição da série A italiana (o campeonato italiano passou a receber este nome na temporada 1929-30), Meazza ganhou o scudetto pela Ambrosiana-Internazionale (como o time era chamado durante o período fascista), e foi o artilheiro, marcando 31 gols. Meazza também foi artilheiro da Série A nas temporadas 1935-36 e 1937-38.


Em fevereiro de 1930, com apenas 19 anos, marcou dois gols na sua estreia pela Itália, na vitória de 4x2 sobre a Suíça. Em maio, Meazza se consagrou ao marcar um hat trick na goleada de 5x0 sobre a Hungria, em Budapeste, em jogo válido pela Copa Internacional (o equivalente hoje à Eurocopa). Para a crônica esportiva italiana, a não participação da Itália na Copa do Uruguai, assim como a não realização da Copa em 1942, devido à 2ª Guerra Mundial, não permitiu que Meazza, o maior jogador italiano de todos os tempos, se tornasse, talvez, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Sua despedida da seleção italiana foi contra a Finlândia (vitória de 3x2), em Helsinki, em julho de 1939. Com a camisa azzurra ele venceu duas Copas Internacionais (1930 e 1935), e foi bicampeão do mundo, em casa e na França.

Morreu em 1979, apenas dois dias antes de completar 69 anos. No ano seguinte, o estádio San Ciro, em Milão, foi rebatizado com seu nome. Apenas os torcedores rivais do Milan, que manda seus jogos no mesmo local, continuam a chamar o estádio pelo nome de San Ciro.


GIUSEPPE MEAZZA

23/08/1910, Milão, Itália - 21/08/1979, Rapallo, Itália

Copas: 1934 e 1938 (Inter de Milão)

Primeiro e último clube: Inter de Milão


DONELLI, A SURPRESA IANQUE

Aldo “Buff” (o apelido de “Buff” vem de sua fixação no showman William “Buffallo Bill” Cody) Donelli é um caso à parte. Ela já era uma estrela do futebol amador durante os anos 1920 na região de Pittsburgh, mas foi ignorado na convocação para a Copa de 30. Entre 1922 e 1928 ele jogou futebol no Morgan FC. No ano seguinte, liderou o Heidelberg na campanha do título da Copa Nacional Amadora. Mas Donelli também gostava de futebol americano, e de 1926 a 1929 atuou na equipe da Universidade de Duquesne (durante esses quatro anos jogou, concomitantemente, futebol e futebol americano). Em 1930, Donelli foi para o Curry Silver Tops FC, onde ficou por quatro temporadas. Como amador, poderia ter sido convocado para disputar a Olimpíada de Berlim, em 1936, mas já havia abandonado o futebol aos 29 anos – o seu negócio passou a ser o futebol americano, com duas exceções: nas temporadas de 1943 e 1944, ele deixou brevemente a aposentadoria de lado para jogar pelo Morgan-Strasser (e perder) as duas finais da Copa dos EUA contra o Brooklyn Hispano, de Nova York.


Depois da eliminação para a Itália na Copa de 34, Donelli recebeu proposta para assinar contrato com a Lazio, mas a percepção sobre a ascensão do fascismo e do nazismo no território europeu e do que isso poderia significar nos próximos anos fez com que declinasse do convite. Ele voltou para a Universidade de Duquesne, onde já dirigia a equipe de calouros de futebol americano desde 1930. Em 1936 passou a ser treinador assistente da equipe principal, que assumiu em 1939, permanecendo no comando até 1941. Também dirigiu as equipes da Universidade de Boston (1947 a 1956) e da Universidade de Columbia (1957 a 1967). Em 1941 comandou por alguns jogos a equipe do Pittsburgh Steelers na NFL (National Football League), e em 1944 dirigiu o Cleveland Rams (Los Angeles Rams desde 1946), também na NFL.


Aldo Donelli jogou apenas dois jogos oficiais pela seleção de futebol dos Estados Unidos (os dois em gramados italianos), marcando cinco gols, provavelmente a melhor média de gols de um atleta defendendo a sua seleção: 2,5 gols por jogo.

ALDO “BUFF” DONELLI

22/07/1907, Morgan Township, EUA - 09/08/1994, Fort Lauderdale, EUA

Copa: 1934 (Curry Silver Tops)

Primeiro e últimos clubes: Morgan e Morgan-Strasser


O JOGO

A Copa teve início oficialmente (sem contar o jogo pré-Copa entre Estados Unidos e México) no dia 27 de maio. Todos os oito jogos eliminatórios aconteceram no mesmo dia e mesmo horário. Itália e Estados Unidos entraram em campo no Estádio Nacional do Partido Fascista, em Roma, às 16h30. A Itália com Combi; Allemandi e Rosetta (capitão); Bertolini, Ferrari, Meazza, Monti e Pizziolo; Guarisi (o Filó), Orsi e Schiavio. Os estadunidenses com Hjulian; Czerkiewicz e Moorhouse (capitão); Pietras; Dick, Donelli, Florie, Gonsalves, McLean, Nilsen e Ryan.


Se por um lado os Estados Unidos estavam “embalados” pela vitória de 4x2 sobre o México, por outro estavam cansados pelo jogo três dias antes e pela longa viagem de navio, que durou nove dias. Confiavam em “Buff” Donelli, que marcara os quatro gols contra o México, mas o cansaço e a longa viagem falaram mais alto e em menos de 30 minutos o prejuízo já era de três gols (Schiavio aos 18’, Orsi aos 20’ e, novamente, Schiavio aos 29’). O primeiro tempo ficou nisso, e no intervalo, o técnico David Gould não teria muito a fazer, a não ser injetar um pouco de ânimo em seus atletas porque a regra de substituições só começou a valer na Copa de 70.


Os EUA até voltaram um pouco melhor para os últimos 45 minutos, e Donelli (sempre ele) descontou aos 12’. Mas a reação durou pouco: Ferrari aos 18’ e Schiavio (fazendo o quarto hat trick da história das Copas – o primeiro foi do estadunidense Bert Patenaude, na vitória de 3x0 sobre o Paraguai na Copa de 30) aos 19’ colocaram por terra os planos táticos de Gould para uma improvável virada. Orsi marcou de novo aos 24’, ampliando para 6x1. A partir daí a Itália tirou um pouco o pé do acelerador e passou a esperar o apito final do suíço René Mercet. No último minuto do jogo, Meazza (assim como Oscar faria para o Brasil 84 anos depois) decretou o placar de 7x1.

COPYRIGHT © 2018 LUI FAGUNDES (estes textos são parte do capítulo "Seleta" do livro O MUNDO DA COPA DO MUNDO, em produção).


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