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  • Lui Fagundes

O ALEMÃO MAIS AFRICANO DO MUNDO


OTTO PFISTER é, talvez, o mais africano dos treinadores alemães. Engenheiro mecânico por formação, Pfister (nascido em Colônia no ano de 1937) foi um atacante sem nenhuma expressão entre 1957 e 1972 – jogou em dois clubes de divisões inferiores da sua cidade natal e em clubes da Suíça e de Lichtenstein, alguns, hoje, semiamadores. O curioso é que começou a dividir a função de treinador e jogador desde os 23 anos, no Vaduz, de Lichtenstein, e assim foi até 1972, quando encerrou a carreira de jogador-treinador, no Chur 97, da Suíça.


Neste mesmo ano, Pfister foi trabalhar como treinador na África, de onde só saiu profissionalmente por curtos períodos (1995/97 na seleção de Bangladesh; 1997/99 na seleção da Arábia Saudita; 2004/05 na equipe libanesa do Nejmeh; e 2011/12 na seleção de Trinidad e Tobago). Passou pelas seleções de Ruanda, Alto Volta (hoje, Burkina Faso), Senegal, Costa do Marfim, Zaire (que agora é a República Democrática do Congo), Gana (foi campeão mundial sub-17, em 1991, e vice-campeão da Copa da África, em 1992), Togo e Camarões (novamente vice-campeão da Copa da África, em 2008), além de clubes do Egito, Tunísia, Sudão e Argélia (desde 2015 é treinador do Médina d’Alger, de Argel).


A única experiência de Pfister em Copas foi em “casa”, em 2006, na Alemanha, com a seleção de Togo. Ele assumiu o comando da seleção três meses antes do torneio, no lugar de Stephen Keshi, nigeriano que classificou a seleção para a disputa mas perdeu o posto após Togo ficar de fora da Copa da África do mesmo ano. Por conta de uma ameaça de greve dos jogadores, relacionada à premiação não paga pela classificação à Copa do Mundo, Pfister chegou a pedir demissão do cargo, mas voltou três dias depois a pedido dos próprios atletas. A campanha na Alemanha foi decepcionante – três derrotas e apenas um gol marcado. Os problemas relacionados ao pagamento da premiação não estavam totalmente solucionados e a Fifa precisou negociar com os atletas de Togo para que eles enfrentassem a Suíça, no segundo jogo da fase de grupos, em Dortmund.


O histórico de Pfister em Copas talvez pudesse ter sido melhor, se ele dirigisse a Arábia Saudita na Copa da França, em 1998. O alemão classificou o selecionado daquele país para a competição, mas foi barrado após “pedir” aos príncipes sauditas que interferissem menos no seu trabalho. No seu lugar foi Carlos Alberto Parreira, o primeiro técnico demitido durante uma Copa do Mundo – após duas derrotas: a segunda, uma goleada de 4 a 0 para os futuros campeões do mundo comandados por Zinédine. Pfister voltou ao comando da seleção saudita, logo após o final do torneio na França, para ganhar a Copa das Nações Árabes no mesmo ano.


Pelo pífio desempenho de Togo na Copa da Alemanha, Otto Pfister entrou para O Mundo da Copa do Mundo como o 23º pior técnico da história das Copas.


Pfister no comando de Togo na Copa de 2006

Coreia do Sul 2x1 Togo

Suíça 2x0 Togo

França 2x0 Togo

30ª (antepenúltima) posição


* A opção pelo número 23 foi porque um técnico (pior ou melhor) tem sempre 23 opções quando faz a sua (pior ou melhor) escolha de quem levar para uma Copa. Os critérios para a “seleção” dos 23 piores técnicos da história da Copa do Mundo levaram em conta os resultados dos jogos dos seus comandados (gols marcados e gols sofridos tiveram peso de acordo com os adversários); goleadas (ou não) sofridas; colocação final na Copa (com bônus para quem não carregou a lanterninha!!); e um coeficiente – número que serve de medida para determinada propriedade ou característica (de um fenômeno, ou processo, ou, esp., do desempenho de algo ou alguém), segundo o dicionário Aulete – relacionado à colocação destes adversários na Copa em questão. Claro que sempre alguém irá contestar alguma “seleção”… Por isso estamos aí para comentários (desde que embasados, é claro).



COPYRIGHT © 2018 LUI FAGUNDES (este texto é parte do capítulo “Os 23 piores e os 23 melhores técnicos da história das Copas do Mundo” do livro O MUNDO DA COPA DO MUNDO, em produção).

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