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  • Lui Fagundes

TRI NO LEÃO DA FRANÇA E UM DESASTRE NOS LEÕES AFRICANOS


O francês PAUL LE GUEN nasceu em 1964 na cidadezinha de Pencran, na Bretanha. Estreou como jogador profissional aos 20 anos no Stade Brestois 29, passando depois pelo Nantes e chegando ao Paris Saint-Germain, em 1991. No PSG ficou até pendurar as chuteiras em 1998, aos 34 anos. Foi convocado para defender os Bleus nas eliminatórias para a Copa de 94. Participou de sete jogos, inclusive da fatídica derrota para a Bulgária por 2x1, em pleno Parc des Princes, que alijou a França da Copa. Participou ainda de quatro jogos pelas eliminatórias da Euro/96, mas não foi mais chamado depois de 1995.


No mesmo ano em que se aposentou dos gramados, passou a treinar o Rennes, onde ficou por três temporadas. Treinou também o Lyon (2002 a 2005 – foi o treinador do bi, tri e tetracampeonato. Nestes três anos dirigiu os brasileiros Juninho Pernambucano, Edimílson, Caçapa, Cris, Élber, Sonny Anderson e Nilmar), Glasgow Rangers (metade da temporada 2006/07), Paris Saint-Germain (2007 a 2009 – foi vice da Copa da França 2007/08 perdendo a final para o seu ex-clube Lyon) e Bursaspor, da Turquia (em 2017).


A primeira experiência de Le Guen em seleções foi com Camarões. Contratado para levar os Leões à primeira Copa disputada em solo africano, o francês não negou fogo. Depois de um início claudicante, com uma derrota para Togo por 1x0 (gol de Adebayor) e de um empate em casa contra Marrocos (0x0), Camarões venceu os quatro jogos seguintes – Gabão (2x0 e 2x1), Togo (3x0) e Marrocos (2x0), classificou-se como primeiro da chave e garantiu os bilhetes de ida para a África do Sul. Samuel Eto’o ia para sua terceira Copa, Rigobert Song disputaria pela quarta vez uma Copa do Mundo e seu primo Alexandre Song chegava para sua primeira. Mas Le Guen não chegou nem perto do aproveitamento obtido nas eliminatórias. Foram três derrotas, para Japão, Dinamarca e Holanda. Cinco gols sofridos e apenas dois marcados (por Eto’o, que nunca foi um grande goleador em Copas – jogou quatro e marcou três gols em oito jogos).


Uma ano depois da Copa da África do Sul, Le Guen foi contratado pela seleção de Omã para preparar a equipe que disputaria as eliminatórias asiáticas à Copa do Brasil. Pelo ranking, a seleção entrou direto na segunda fase (ainda eliminatória) e venceu duas vezes Myanmar pelo mesmo placar (2x0). Na terceira fase ficou em 2º lugar no grupo D (Austrália liderou a chave), deixando para traz a Arábia Saudita e a Tailândia. Mas na quarta fase, quando pegou Japão, Austrália (de novo), Jordânia e Iraque, deixou o terceiro lugar escapar na última rodada quando perdeu para a Jordânia por 1x0. Classificavam-se quatro seleções diretamente para a Copa (eram dois grupos), e os dois terceiros colocados disputariam uma vaga para a repescagem mundial (o adversário seria o Uruguai de Suárez, Cavani e Godín). A Jordânia empatou duas vezes em 1x1 com o Uzbequistão e venceu nos pênaltis. Depois foi eliminada pelo Uruguai.


Em janeiro de 2015, Le Guen comandou Omã na Copa da Ásia, realizada na Austrália. Deu azar no sorteio dos grupos: pegou Austrália e Coreia do Sul (respectivamente campeã e vice-campeã do torneio) e só conseguiu vencer o Kuwait. Entre junho e novembro do mesmo ano, Le Guen dirigiu a seleção de Omã nas primeiras seis rodadas da segunda fase das eliminatórias asiáticas para a Copa da Rússia. Conseguiu quatro vitórias, dois empates e duas derrotas, enfrentando Índia (2x1) e (3x0), Turcomenistão (3x1) e (1x2), Guam (0x0) e Irã (0x0), mas foi demitido (no seu lugar entrou o espanhol Juan Lopez) antes do final da fase pela federação de futebol do país. Lopez dirigiu a seleção em dois jogos e Omã não passou à terceira fase. No ano seguinte, Le Guen foi convidado para dirigir a Nigéria, já na terceira fase das eliminatórias africanas. A imprensa esportiva mundial chegou a noticiar o acerto (que não houve) entre o técnico e a federação nigeriana de futebol. Le Guen não sentiu firmeza na proposta dos dirigentes nigerianos. Além disso, eles queriam que o treinador residisse no país africano, enquanto Le Guen queria continuar na França e somente seguir para a Nigéria antes das convocações para os jogos das eliminatórias. No seu lugar foi o alemão Rohr Gernot, que levou a Nigéria ao primeiro lugar no grupo B (que tinha também Zâmbia, Camarões e Argélia) e à Copa da Rússia.


Pelo desempenho medíocre de Camarões na Copa da África do Sul, Paul Le Guen entrou para O Mundo da Copa do Mundo como o 20º pior técnico da história das Copas.

Le Guen no comando de Camarões na Copa de 2010

Japão 1x0 Camarões

Dinamarca 2x1 Camarões

Holanda 2x1 Camarões

31ª (penúltima) posição

* A opção pelo número 23 foi porque um técnico (pior ou melhor) tem sempre 23 opções quando faz a sua (pior ou melhor) escolha de quem levar para uma Copa. Os critérios para a “seleção” dos 23 piores técnicos da história da Copa do Mundo levaram em conta os resultados dos jogos dos seus comandados (gols marcados e gols sofridos tiveram peso de acordo com os adversários); goleadas (ou não) sofridas; colocação final na Copa (com bônus para quem não carregou a lanterninha!!); e um coeficiente – número que serve de medida para determinada propriedade ou característica (de um fenômeno, ou processo, ou, esp., do desempenho de algo ou alguém), segundo o dicionário Aulete – relacionado à colocação destes adversários na Copa em questão. Claro que sempre alguém irá contestar alguma “seleção”… Por isso estamos aí para comentários (desde que embasados, é claro).



COPYRIGHT © 2018 LUI FAGUNDES (este texto é parte do capítulo “Os 23 piores e os 23 melhores técnicos da história das Copas do Mundo” do livro O MUNDO DA COPA DO MUNDO, em produção).

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