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  • Lui Fagundes

DONO DA PIOR CAMPANHA DA TCHECOSLOVÁQUIA EM COPAS


JOZEF MARKO nasceu em Topolcany (antiga Tchecoslováquia e hoje território da Eslováquia), em 25 de maio de 1923. Fez sua estreia como jogador de futebol aos 20 anos, em 1943, no OAP Bratislava, passando depois pelo Spartak Trnava (1945 a 1954 – foi campeão da Copa da Tchecoslováquia em 1951), TS Topolcany (1954 a 1956) e encerrou sua carreira de meio-campista no Spartak Povazska Bystrica em 1959, aos 36 anos.


Fez parte da seleção da Tchecoslováquia nos anos de 1948 e 1949, jogando nove partidas (três vitórias, um empate e cinco derrotas) e marcando um gol (na derrota de 3x1, em amistoso de setembro de 1949 contra a Bulgária).


A carreira de treinador começou antes mesmo de pendurar as chuteiras. Entre 1952 e 1954, ele acumulou as funções de jogador e treinador no Spartak Trnava. O mesmo aconteceu durante os dois anos que passou no TS Topolcany e nos três anos que jogou no Spartak Povazska Bystrica, antes de encerrar a carreira de jogador. Depois da aposentadoria nos gramados continuou como treinador do Spartak até 1965. Dirigiu também a Inter Bratislava (1970 a 1972), novamente o Spartak Povazska (1972 a 1974), MSK Zilina (1975 a 1977) e o Prievidza (1980 a 1982).


Em setembro de 1965 foi chamado para dirigir a seleção tchecoslovaca nas eliminatórias para a Copa da Inglaterra, substituindo a Václav Jíra, que perdera os dois primeiros jogos para Portugal e Romênia. O grupo 4 tinha ainda a Turquia. Marko levou a seleção a três vitórias e um empate e acabou em segundo lugar (e fora da Copa). Portugal ficou em primeiro. A diferença foi de apenas dois pontos. Não deu tempo de Marko consertar o péssimo início sob o comando de Jíra. No ano de 1966 a seleção da Tchecoslováquia jogou dois amistosos contra o Brasil, no Maracanã: vitória do brasileira por 2x1, em 12 de junho, e empate em 2x2 três dias depois – os gols brasileiros foram marcados por Pelé (3) e Zito).


Em 1967, Marko comandou a Tchecoslováquia em seis jogos válidos pelas eliminatórias da Eurocopa/68. A competição tinha um formato diferente do de hoje. As eliminatórias tinham oito grupos e apenas os vencedores disputariam as quartas de final na Itália (que também passou pelas eliminatórias, venceu seu grupo e, mais tarde, conquistou o título em casa). A seleção treinada por Marko arrancou bem com três vitórias (2x0 na Irlanda, 3x0 na Turquia e 1x0 na Espanha). Faltando dois jogos a Tchecoslováquia precisava conquistar apenas dois pontos, mas decepcionou, empatando fora com a Turquia (0x0) e perdendo de virada para a Irlanda em casa (2x1). Ficou com sete pontos e fora da fase final da Euro.


Após o anticlímax do final das eliminatórias da Euro, nada parecia indicar que Marko ficaria no comando da seleção, mas seu santo era forte, e depois de vencer o Brasil (3x2 – Carlos Alberto Torres e Natal marcaram para a Canarinho), em junho de 1968, num amistoso em Bratislava, a Tchecoslováquia venceu os três primeiros jogos das eliminatórias à Copa do México: Dinamarca (3x0 e 1x0) e Irlanda (2x1). Em seguida veio uma derrota (2x0) e um empate (3x3) com a Hungria. E, por último, uma vitória de 3x0 sobre a Irlanda. No final, Hungria e Tchecoslováquia empataram com 9 pontos. Sorte da Tchecoslováquia que o desempate não era pelo saldo de gols: os húngaros tinham um saldo de nove gols contra os seis gols da seleção de Marko. Com isso, um jogo desempate foi marcado em campo neutro (Marselha) para o dia 9 de dezembro de 1969. E aí a Tchecoslováquia, que só tinha feito um pontinho contra os húngaros, deslanchou e enfiou 4x1 nos comandados de Károly Sós, que tinha um Puskás (que não era o Férenc) e um Kocsis (que não era o Sandor). A Tchecoslováquia de Marko estava na Copa do México.


O sorteio do grupo para a Copa foi ingrato: Inglaterra (a campeã de 1966), Brasil (o bicampeão de 1958/1962), mais a Romênia. E o time de Marko até saiu bem contra o Brasil. Petras fez 1x0 logo no início, aos 11’. Rivelino empatou aos 24’ e no segundo tempo veio a goleada: Pelé aos 14’ e Jairzinho duas vezes, aos 16’ e aos 38’. Como a Inglaterra havia vencido a Romênia por 1x0, o jogo seguinte (contra os romenos) seria decisivo. Seria ganhar, torcer pelo Brasil contra os ingleses e encará-los na última rodada por uma das vagas. Mas a seleção de Marko levou uma rasteira dos romenos. Petras (de novo) abriu o placar aos 5’. A Romênia virou após do intervalo: Neagu, aos 7’ e Dumitrache, aos 30’, de pênalti. Só um milagre salvaria a Tchecoslováquia: teria de fazer quatro gols na Inglaterra e torcer contra a Romênia. Os ingleses – que não podiam perder – venceram com gol de Allan Clarke, de pênalti, aos 5’ da 2ª etapa. Três jogos e três derrotas. E a penúltima colocação do torneio (só à frente de El Salvador).


Com a pior participação da Tchecoslováquia (duas vezes vice-campeã, em 1934 e 1962) em Copas do Mundo, Jozef Marko entrou para O Mundo da Copa do Mundo como o 19º pior técnico da história das Copas.


Jozef Marko morreu em 26 de setembro de 1996.


Marko no comando da Tchecoslováquia na Copa de 1970

Brasil 4x1 Tchecoslováquia

Romênia 2x1 Tchecoslováquia

Inglaterra 1x0 Tchecoslováquia

15ª (penúltima) posição


* A opção pelo número 23 foi porque um técnico (pior ou melhor) tem sempre 23 opções quando faz a sua (pior ou melhor) escolha de quem levar para uma Copa. Os critérios para a “seleção” dos 23 piores técnicos da história da Copa do Mundo levaram em conta os resultados dos jogos dos seus comandados (gols marcados e gols sofridos tiveram peso de acordo com os adversários); goleadas (ou não) sofridas; colocação final na Copa (com bônus para quem não carregou a lanterninha!!); e um coeficiente – número que serve de medida para determinada propriedade ou característica (de um fenômeno, ou processo, ou, esp., do desempenho de algo ou alguém), segundo o dicionário Aulete – relacionado à colocação destes adversários na Copa em questão. Claro que sempre alguém irá contestar alguma “seleção”… Por isso estamos aí para comentários (desde que embasados, é claro).



COPYRIGHT © 2018 LUI FAGUNDES (este texto é parte do capítulo “Os 23 piores e os 23 melhores técnicos da história das Copas do Mundo” do livro O MUNDO DA COPA DO MUNDO, em produção).

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